Incentivo para químicos derivados do H2V é o caminho para Brasil acelerar produção e assumir protagonismo mundial

É o que defendeu o presidente da Quinto Energy, Rafael Cavalcanti, em seminário online promovido pelo grupo NürnbergMesse

 

O presidente da Quinto Energy, Rafael Cavalcanti, voltou a defender que o Brasil ocupe o papel de protagonismo mundial sobre o hidrogênio verde. O executivo participou de um seminário online nesta quinta (26), que marcou o início da jornada 2023 do Hydrogen Dialogue, promovido pelo grupo NürnbergMesse, considerado um dos mais importantes fóruns de discussão permanente sobre o H2V no mundo.

O encontro foi mediado por Martin von Simons, líder do Hydrogen Latam, e teve ainda como debatedora Andressa Lisboa, diretora de Certificação da Bureau Veritas. O webinar é a largada das discussões que vão acontecer ao longo do ano e é um preparativo para a edição deste ano do fórum internacional na cidade de Nurnberg, na Alemanha.

Durante o seminário, Rafael detalhou sobre a necessidade de ser implementado no Brasil um programa nacional de certificação que valorize e incentive o uso de químicos provenientes do hidrogênio verde que possam abastecer a cadeia produtiva nacional, a exemplo da agricultura e mineração, como forma de acelerar a produção de H2V sem precisar focar na demanda energética da Europa.

“Através do hidrogênio verde, podemos produzir fertilizante e abastecer o agro que necessita de adubo. Por exemplo, nós já somos uma potência na exportação de carne, frango e grãos. Podemos exportar carne com o selo verde agora. Da mesma forma na mineração, com a certificação verde da indústria siderúrgica, para exportarmos o aço e o cobre verdes. Isso é fazer uma revolução agora”, afirmou.

Para o presidente da Quinto Energy, apostar na cadeia produtiva nacional agora é garantir que a produção em escala do hidrogênio verde brasileiro seja uma realidade, sem a necessidade de aguardar e seguir a regra europeia. A sua argumentação, que foi ratificada pelo Martin, é que “o centro da discussão não deve ser apenas o consumo de energia pela Europa, mas a descarbonização global”.

“E isso se faz iniciando pela descarbonização dos produtos consumidos. Comecemos pela alimentação e pelo minério. Em vez de levar agora a energia verde do Brasil para a Europa, vamos trazer a indústria europeia para produzir aqui direto na fonte energética verde do Brasil. Vai gerar muito emprego e será uma revolução industrial no Brasil, sobretudo no sertão da Bahia, que sofre com as mudanças climáticas e possui IDH baixíssimo”, defendeu Rafael Cavalcanti.